Estava há quase seis meses sem sair, sem ir a festas, saraus, etc, por conta do drama que nossa família está enfrentando. Mas não pude deixar de aceitar o convite da professora Josânia Silva Santos para realizar uma palestra sobre literatura para a turma do curso de Letras 2020-1, da UNEB – Universidade Estadual da Bahia – na disciplina Literatura e Cultura Afro-Brasileira.
Confesso que foi uma tarde memorável e, por algumas horas esqueci dos muitos problemas que venho enfrentando. Falar de poesia, de música, de literatura, de arte é um balsamo, uma forma de resistência, um delírio para continuar existindo. Foi extraordinariamente bela a interação com os alunos, com a professora, com o meu amigo Robson que também faz parte da Academia Barreirense de Letras. Falamos muito da Academia, explicamos como ela funciona e o que ele significa para a literatura e para as artes de Barreiras e região.
Na interação com os alunos contei a minha trajetória na literatura com mais de 8 livros publicados e uma porrada ainda para publicar assim que fizer tempo bom. Chamou-me a atenção o interesse dos estudantes pelas artes, pela liberdade, pela defesa da democracia e pela minha humilde obra literária. A conversa estava tão boa que poderia ter rolado o resto da tarde não tivesse eu outros compromissos e a turma também.
Encontros como esse, na Universidade, são importantes. Li alguns poemas, uns curtos, outros bem longos e a atenção e foco dos estudantes me causou emoção assim como as perguntas que eles me fizeram.
Finalizo agradecendo a professora Josânia pelo convite e a UNEB pelo reconhecimento deste humilde escritor barreirense que, por mais que a vida tente impedir, continuará resistindo com a palavra escrita, com a poesia, com a música, com a literatura e com a arte.
Como dizia Ferreira Gullar “A arte existe porque a vida não basta”.
Um abraço cheio de emoção, agradecimento e ternura a todos