A Justiça afastou das atividades o ginecologista Elziro Gonçalves de Oliveira, de 71 anos, denunciado por crimes sexuais contra 16 pacientes, em Salvador. Ele deve ficar suspenso até a conclusão do processo judicial, conforme informação divulgada nesta quinta-feira (2), pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).
A primeira denúncia foi revelada no dia 19 de julho de 2023, no programa Bahia Meio Dia, da TV Bahia, afiliada da TV Globo. Depois, outras 15 mulheres procuraram a polícia para registrar boletins de ocorrência contra o ginecologista.
O afastamento foi um pedido do MP-BA, que ofereceu uma denúncia contra Elziro Gonçalves, nos dias 20 e 22 de março. A Justiça acatou os pedidos no dia 19 de abril.
Em março de 2024, Elziro Gonçaves foi indiciado pelo Ministério Público da Bahia por importunação sexual em seis casos, nove meses após as denúncias. Ele também responde a quatro processos éticos no Conselho Regional de Medicina (Cremeb).
Dos 16 inquéritos abertos pela Polícia Civil, 13 foram encaminhados para o MP-BA. No entanto, sete já estavam prescritos.
Nove meses após as denúncias, o Conselho Regional de Medicina instaurou um processo ético-profissional contra o suspeito. Com isso, a conduta dele vai ser investigada de forma detalhada.
Um documento, que foi obtido com exclusividade pela TV Bahia, mostra que o Elziro Gonçalves de Oliveira tem que apresentar a defesa no prazo de 30 dias. O ginecologista poderá entregar provas, justificações e apresentar testemunhas.
O Cremeb disse que, até o presente momento, recebeu sete denúncias sobre o caso citado. Três delas foram arquivadas por falta de pressupostos processuais e quatro viraram processo ético-profissional, todos em fase de instrução.
Em nota, a defesa do ginecologista no processo ético-profissional no Cremeb disse que a investigação tramita em sigilo e por isso não pode comentar.
Também por nota, os advogados que defendem o Elzrio Gonçalves nos inquéritos do MP-BA negaram as acusações e afirmaram que o suspeito permanece à disposição das autoridades, firme no propósito de recuperar à sua honra.
A primeira vítima foi uma administradora de 43 anos, que denunciou o ginecologista por assédio durante uma consulta no centro médico do plano Caixa Assistência dos Empregados do Baneb (Casseb).
O caso aconteceu um mês antes, quando a mulher procurou atendimento após sentir dores causadas por uma infecção urinária. Desde então, outras pacientes criaram coragem para fazer denúncias.
Segundo as vítimas, o profissional as tocou de forma diferente do habitual, realizou procedimentos sem luvas e fez perguntas como “Você quer que eu te masturbe?”, “Você sabe onde é o seu ponto G?” e “Você já fez sexo anal?”.
Depois da denúncias, as outras mulheres procuraram a polícia e registraram boletins de ocorrências contra Elziro Gonçalves. Entre elas, duas mulheres, que preferiram não revelar a identidade, se emocionaram ao contar as seguintes situações: