5 de junho – Data criada pela ONU, em 1972, com a participação de 113 países, objetivando alertar, discutir, analisar, denunciar e identificar estratégias capazes de promoverem o envolvimento da sociedade na defesa do Meio Ambiente, principalmente através da Educação, especificamente a Ambiental.
Ademais, em utilização de modelos econômicos sustentáveis, sejam na indústria e em novos paradigmas técnicos na produção e distribuição de energia e de alimentos com uma transição para os modelos agroecológicos.
As mudanças climáticas é a expressão imediata que assusta o mundo, através do aumento da temperatura; certamente fazem parte dos fenômenos climáticos que se potencializam em todo o planeta: furacões, tornados, enchentes, chuvas torrenciais, secas e tsunamis.
Aqui, pertinho de nós, presenciamos as duas grandes secas da Amazônia, em 2001 e 2005, onde inúmeros rios secaram, e, mais perto ainda, as transformações que vêm ameaçando a vida do Rio São Francisco; quando o rio entra na Bahia, todos os afluentes da margem direita se transformaram em temporários. Em 2001, a barragem de Sobradinho que armazena 35 bilhões de m³ de água alcançou nível de apenas 6% da sua capacidade de armazenamento; as vilas e cidades submersas emergiram causando um dano econômico e social inestimável, na bacia do lago, acentuando-se na irrigação.
Estudos do INPE, afirma o doutor João Suassuna, da Fundação Joaquim Nabuco, de PE, que de 26 em 26 anos teremos uma grande seca, em sequência de 3 anos, e que será repetida de 13 em 13 anos; estamos adentrando o sétimo ano de seca no Nordeste.
O homem nada faz para promover as mudanças que a natureza requer e a Seca continua matando animais, por falta de alimentos, perda de lavouras, seca de diversos cursos d’água, redução drástica nos níveis das barragens, e como consequência maior temos a migração rural. No entanto, inúmeras tecnologias existem que poderiam ter reduzido os efeitos dessa total desarrumação (social, econômica e ambiental), mas o custo é alto; para adotar um novo enfoque de convivência com o semiárido e tem que ser uma política de estado e não de um governo.
Daí a consequência trágica que virá; o nordeste por causa das ações antrópicas passará de semiárido para árido, estudos já projetam essa calamidade ambiental e o predomínio da desertificação provocará terríveis transformações no meio em que vivemos, entre eles a carência de água, sobretudo , sem poluição.
O homem vem se constituindo em todo o mundo na principal causa dos impactos ambientais e já se constitui também na principal vítima.
Exemplos de degradação estão em todos os lugares; nas cidades através do desperdício da água, energia, do lixo urbano; nos campos, através de sistemas de produção agropecuários contaminadores dos rios, excesso de utilização de agrotóxicos e das máquinas agrícolas que compactam os solos e mais grave ainda é a poluição Industrial com Indústrias Químicas, Petroquímicas e as usinas Termoelétricas, além das Siderúrgicas que liberam alguns gases e dos resíduos da mineração. Os principais gases que contaminam O MEIO AMBIENTE, com potencialização para a atmosfera foram destacados pelo Protocolo de Quioto: dióxido de carbono (CO²), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), clorofluorcarbonos (CFC5), hidrofluorcarbonos (HFC5), perfluorcarbonos (PFC5) e hexafluoreto de enxofre (SF6) que aceleram o efeito estufa.
É urgente a tomada de decisões em busca de novas atitudes que promovam uma nova interface entre o homem e a natureza.
Temos que de forma urgente buscar uma perfeita harmonia existente nos modelos econômicos e nas suas múltiplas relações com o Meio Ambiente, estabelecendo o paradigma do desenvolvimento sustentável, explicitado na prática como uma atividade que pode continuar indefinidamente, ou seja, atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades.
O Cientista Indiano: K.V.K. Nehru, afirma:
“A revolução nos sistemas de informação, na tecnologia de informação, na tecnologia de comunicação e na engenharia de transporte aproximaram as comunidades humanas de modo sem precedentes.
Mas, entre outras coisas, isso também aumentou drasticamente nosso poder de colocar em perigo o MEIO AMBIENTE e todas as formas de vida, inclusive a nossa própria.”
É necessário falar sobre a inter-relação de todos os seres vivos em toda cadeia da biosfera. E lembrar que o lema maior deve ser a cooperação, a ajuda mútua, ou saber cuidar uns dos outros, do meio e jamais incentivar o tema maior da globalização que é a competitividade; realmente, isso não é fácil. O ex-presidente Bill Clinton, em recente entrevista atestou : as nações deveriam adotar um modelo de cooperação e não de competição, porque no final todos os povos serão prejudicados.
Isso requer profundas mudanças, no nosso modo de viver e pensar: o homem nunca se satisfaz com o que tem e luta, sem nenhum critério ético em busca de mais – Quem pagará a conta é a humanidade.
Os recursos naturais que estamos usando, estão além da capacidade que natureza possui, em algumas nações. É só uma questão de tempo, hoje, no mundo de 7 ,8 bilhões de almas, l,5 bilhão sofrem as agruras da fome e da falta da água potável, segundo a ONU.
A pegada da utilização dos recursos hídricos cresce em progressão geométrica. O desperdício das águas nas cidades e nos sistemas de irrigação, sem orientação técnica é um fator incontestável.
A revitalização do Rio São Francisco. Imagine: o rio Tâmisa, na Inglaterra um rio, de grande importância, com uma extensão de 346 km, com uma bacia hidrográfica 12.953 km² e 38 afluentes levou na metade do século passado 12 anos para ser despoluído e desassoriado, com um custo estimado de 15 bilhões de dólares.
O Rio São Francisco tem uma bacia hidrográfica de 641 mil Km² e uma extensão de 2.886km. A revitalização da bacia do Velho Chico é uma epopeia do Estado.
A nosso ver o Planejamento governamental deveria ser feito, dando prioridade às bacias hidrográficas, como é feito no Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, dentre outros estados. Por uma simples razão: onde não tem água, não existe vida. Certamente com esse planejamento os cursos d’agua seriam focados com mais atenção.
O governo federal assumiu em 2008, em Copenhague, o compromisso de reduzir os gases de efeito estufa em 36,1 a 38,8 % COP-15, até o ano de 2020, criando o Projeto ABC – Agricultura com Baixa Emissão de Carbono – Com um conjunto de tecnologias financiadas pelos agentes financeiros, quais sejam:
Recuperação de pastagens degradadas/solos, Integração lavoura x pecuária x floresta, plantio direto, plantio de florestas com essências florestais nativas, fixação biológica do Nitrogênio nos solos, aproveitamentos dos dejetos dos animais. Promoção de estudos que contemplem as Mudanças Climáticas:
– Implementar ações coordenadas de P & D , mediante o desenvolvimento de projetos de pesquisa, visando maior eficiência e resiliência das unidades e dos sistemas produtivos, para aumento de produtividade sob pressões bióticas e abióticas, decorrentes das mudanças climáticas, assegurando o uso sustentável dos recursos naturais;
– Fomentar programas que promovam a maior disponibilidade de sementes e mudas agrícolas e florestais;
– Instituir o programa de inteligência climática na agricultura, integrado ao plano nacional de redução de riscos e desastres;
– Criar portal na internet como estratégia de transparência, disponibilizando informações do programa de inteligência climática na agricultura.
O projeto ABC contempla um Programa de crédito: BNDES/PRONAF/BB; com estágios diferenciados de execução de ações em nível dos Estados. Não deixa de ser uma luz no final do túnel, principalmente, agora, que a o MAPA assumiu a coordenação do Projeto no Estado.
A dimensão do problema ambiental está além da capacidade econômica e financeira dos produtores rurais, que são os Guardiões da Natureza, por uma simples razão: se não existir solos, água e florestas as suas atividades serão extintas.
Portanto, só uma grande ação de inúmeros governos por anos consecutivos poderão minimizar os grandes efeitos dos impactos ambientais.
Conclamamos a toda sociedade organizada para diuturnamente mirar nos problemas Ambientais, promovendo o grande grito de alerta através de: divulgação nas Instituições, Universidades, Escolas, nos meios de comunicação impressos, palestras, seminários, cursos, entrevistas nas rádios, tvs, videoconferências e, passeatas com a participação efetiva da sociedade organizada, priorizando a juventude.
Não podemos nos iludir com a atual cheia do Velho Chico e esquecer das ações emergências que os afluentes e o mesmo requer.
Retratei, a minha opinião e conhecimento, numa imagem 3 x 4.
* Engenheiro Agrônomo
Especialista em Desenvolvimento de Energias Alternativas
Pós-graduado em Planejamento do Desenvolvimento Rural Integrado
CEIVASF – Comitê de Estudos Integrados da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco( Membro de 1988 a 2001 ) )
Diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural – EBDA -Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S/A – 91 a 2002
Palestrante: Sobre Desenvolvimento Sustentável e a Insustentabilidade do Meio Ambiente 2 – Rio São Francisco-Impactos Ambientais 3 – Novo Enfoque de Convivência com o Semiárido – 4 Recuperação e Proteção de Nascentes 5 – Bacias Hidrográficas 6 -Cidades Sustentáveis /Inteligentes, e ABC- Agricultura com Baixa Emissão de Carbono . Assessor da Comissão de Agricultura e Políticas Rurais da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA)