“Muitas mães e pais na Síria imediatamente pensaram que isso representaria a sobrevivência para seus filhos, pensando que suas crianças gravemente desnutridas e aqueles que precisavam de assistência médica urgente poderiam obter exatamente isso: tratamento e ajuda, um direito muito básico”, disse. “Mas, com o passar dos dias, essas esperanças se transformaram em ilusões, as janelas se fecharam abruptamente em nossos rostos. Porque, para crianças na Síria, nada mudou.”
Ele afirma que a violência continua em várias partes do país, o que faz da Síria um dos lugares do mundo mais perigosos para uma criança viver e obriga as equipes de ajuda humanitária a trabalhar “contra o relógio”. “Nós já estamos prontos com suprimentos capazes de salvar vidas, incluindo remédios, suplementos alimentares para crianças desnutridas, kits pediátricos e para fazer partos, roupas de inverno para crianças, kits de higiene e outros itens básicos”, afirma o representante.
“Esses suprimentos deveriam ser usados em Afrin, Idlib, Ghuta Oriental, Dera’a e outras áreas de difícil alcance – algumas das quais não conseguimos acessar há meses. São nesses lugares que vivem quase 2 milhões de crianças.” Cappelaere estima que, ao todo, 5,3 milhões de crianças precisem de assistência humanitária na Síria.
“A Unicef chama – uma vez mais – aqueles que lutam dentro da Síria e aqueles que têm influência sobre eles para abaixar os braços e parar a guerra contra as crianças”, pede o diretor.
Na segunda-feira, o presidente russo Vladimir Putin anunciou a instauração de uma trégua humanitária de cinco horas por dia em Ghuta Oriental, reduto dos rebeldes que são alvo de uma intensa ofensiva na Síria. O cessar-fogo iniciou na terça-feira e tem validade entre 9 horas e 14 horas [horário local], todos dias, durante trinta dias. Ainda assim, novos ataques no período estipulado têm ameaçado o acordo.
Via: Veja