Uma campanha publicitária do Banco do Brasil para jovens, com atores que representam a diversidade racial e sexual do País, resultou na demissão do diretor de Comunicação e Marketing do banco, Delano Valentim, após descontentamento do presidente Jair Bolsonaro com o vídeo. O veto presidencial ao comercial e a intervenção no banco foram criticados por parlamentares e artistas.
A peça de 30 segundos veiculado na TV e na internet divulgava o serviço de abertura de conta corrente por aplicativo no celular. O vídeo começou a ser veiculado em 1º de abril e saiu do ar no dia 14. Produzida pela agência WMcCann, a peça custou R$ 17 milhões, segundo a assessoria do Banco do Brasil. No comercial, há mulheres e homens negros, e uma das personagens é transexual. Muitos atores têm tatuagens e cabelos coloridos.
Bolsonaro procurou o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, após assistir à peça e mandou retirá-la do ar. “O presidente e eu concordamos que o filme deveria ser recolhido. Saída do diretor em decisão de consenso, inclusive com aceitação do próprio”, escreveu Novaes, em nota enviada à imprensa.
O Palácio do Planalto disse que não comentaria o assunto. A interferência do presidente foi motivo de críticas no Congresso. O deputado Marcelo Freixo (PSol-RJ) classificou a medida como autoritária.
Este não é o primeiro episódio de intervenção do governo no Banco do Brasil. Novaes também nomeou como assessor pessoal Antônio Rossell Mourão, filho do vice-presidente, general Hamilton Mourão. Funcionário do banco há 20 anos, Rossell triplicou o salário para cerca de R$ 37 mil.
Via: HuffPost