A taxa de desemprego caiu para 8,3% no trimestre encerrado em maio no Brasil, informou nesta sexta-feira (30) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Na mediana, analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam 8,3%. A taxa estava em 8,6% no trimestre imediatamente anterior, finalizado em fevereiro.
Segundo o IBGE, o número de desempregados recuou para 8,9 milhões até maio. Esse contingente era de 9,2 milhões nos três meses anteriores.
Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). A Pnad investiga tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal –desde os empregos com carteira assinada ou CNPJ até os populares bicos.
“Esse recuo no trimestre foi mais influenciado pela queda do número de pessoas procurando trabalho do que por aumento expressivo de trabalhadores. Foi a menor pressão no mercado de trabalho que provocou a redução na taxa de desocupação”, explica Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílio.
A população desempregada, conforme as estatísticas oficiais, é formada por pessoas de 14 anos ou mais que estão sem ocupação e que seguem à procura de vagas. Quem não está buscando oportunidades, mesmo sem ter um emprego, não entra nessa definição.
No trimestre encerrado em abril, que integra outra série da Pnad, a taxa de desemprego já marcava 8,5%. A população desocupada era de 9,1 milhões na ocasião.
Após os estragos da pandemia, a geração de vagas de trabalho foi beneficiada pela vacinação contra a Covid-19 a partir de 2021. A imunização permitiu o retorno da circulação das pessoas e a reabertura das empresas, intensificada em 2022.
Analistas ainda veem sinais de resiliência no mercado de trabalho, mas esperam que o ritmo de criação de vagas diminua ao longo de 2023. A projeção está associada ao cenário de desaceleração da atividade econômica em meio ao contexto de juros elevados.
Os dados divulgados nesta sexta pelo IBGE ainda não sofreram impactos do Censo Demográfico 2022, cujos resultados iniciais foram publicados pelo instituto na quarta (28).
O Censo é a base para a atualização das estatísticas populacionais usadas pelo órgão em pesquisas amostrais. Como a contagem indicou uma população menor do que a estimada pelo IBGE, pode gerar revisões em indicadores da Pnad, segundo especialistas.
O Censo contabilizou uma população de 203,1 milhões no Brasil, mas a divisão por faixa etária ainda não foi divulgada.
Leonardo Vieceli/Folhapress