O presidente Jair Bolsonaro convocou — desta vez sem idas e vindas — a população a participar das manifestações previstas para o próximo dia 15.
O ato tem como mira o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal), ambos poderes que integrantes do governo têm acusado de atrapalhar a gestão bolsonarista. Bolsonaro, no entanto, afirma que é um movimento pró-Brasil.
“É um movimento espontâneo e o político que tem medo de movimento de rua não serve para ser político. (…) Então participem, não é um movimento contra o Congresso, contra o Judiciário. É um movimento pró-Brasil”.
Para o presidente, quem tem medo de mobilização popular não serve para ser político. Ele acrescentou que “quem diz que é um movimento impopular contra a democracia está mentindo e tem medo de encarar o povo brasileiro”.
O ato marcado para o próximo fim de semana está no centro da crise entre o governo e o Legislativo. O impasse se acirrou quando o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, foi flagrado em um áudio sugerindo ao presidente que “convocasse o povo às ruas contra o Congresso”.
Ainda no áudio, o ministro do GSI diz que o Parlamento faz “chantagem”. Ele falava sobre o acordo que o governo tentava costurar com deputados e senadores pela manutenção do veto ao dispositivo no Orçamento que deixava a administração de R$ 30 bilhões nas mãos do deputado que relatou a proposta, Domingos Neto (PSD-CE).
Dias depois, o próprio presidente disparou um vídeo para aliados no qual havia uma convocação ao povo para ir às ruas. O presidente chegou a dizer que o vídeo era de 2015, mas depois recuo e admitiu o vídeo. Ele, porém, nega atrito com parlamentares.