O último discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), antes de se entregar à Polícia Federal, foi marcado pela imagem dele ao lado dos presidenciáveis Guilherme Boulos (PSol) e Manuela D’Ávila (PCdoB). A ausência de Ciro Gomes (PDT), que também disputa a Presidência, no ato foi outro fato comentado à época. Com Lula preso, ficou o questionamento: as esquerdas vão se unir?
Uma sinalização positiva a essa questão veio por meio de uma foto publicada por Manuela D’Ávila em suas redes sociais. “Somos concorrentes, mas os adversários estão do outro lado”, disparou a candidata.
Manuela, que já mantinha diálogo constante com Boulos, disse que conversou com Ciro sobre a necessidade de as candidaturas progressistas se unirem. “Fiz a minha pregação de sempre: paciência mútua, respeito pelas candidaturas postas, concentrarmo-nos no que nos une e não nos que divide.”
Recentemente, foi noticiado que o pedetista também se encontrou com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT). No fim da semana passada, Haddad afirmou ao HuffPost Brasil que tem se encontrado e está em constante diálogo com políticos progressistas para elaborar o plano de governo do PT. A ideia é que o programa seja defendido por Lula, que mesmo preso diz manter a candidatura à Presidência.
A união das esquerdas tem sido uma bandeira defendida por diversas frentes progressivas. No fim do ano passado, Boulos explicou ao HuffPost Brasil que essa unidade não quer dizer unificar candidaturas nem pensar todo mundo igual. “Eu acho que a unidade que deve ser buscada na esquerda brasileira é unidade na esquerda contra os retrocessos que estão em curso”, explicou.
Na época, ele ressaltou que “em relação projetos políticos, para onde nós vamos, existem diferenças no interior da esquerda que não são de hoje, são diferenças legítimas, e é legítimo que isso se apresente em propostas diferentes para o País, eventualmente em candidaturas diferentes”.
Ciro Gomes, entretanto, ainda é uma incógnita. Embora ausente do ato que antecedeu a prisão de Lula, ele pediu autorização para visitar o petista na prisão. Ciro foi ministro no governo Lula e aliado do governo de Dilma Rousseff. A postura adotada por ele nos últimos meses tem sido de afastamento do PT, com uma agenda ainda progressista, mas com flerte a correntes mais liberais, especialmente na economia.
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