S.O.S RIO PRETO
-só choro e gemido não bastam, é preciso agir-
Autor: Raimundo A. Corado
Barreiras, 10 de fevereiro de 2020
Com o corpo todo dolorido;
Pelos maus tratos atingido;
Vão estourar minhas veias.
Meu liquido antes valoroso;
Agora ficou mais volumoso;
Agredido por mãos alheias.
Qual a cobra, mudo de cor;
Causo à população, temor;
Sua sede depende de mim.
Em lágrimas avermelhadas;
Sigo numa triste enxurrada;
Sem saber qual será o fim.
Oh! Deus, eu não sei gritar;
Meu grito é me apresentar;
Para virem meu desespero.
O homem no ‘afã’ material;
E contrariando a lei natural;
Cometendo o pior exagero.
Cadê meus belos buritizais?
Cadê, que ninguém vê mais?
Sinto doída minha nascente.
Ações perversas, maldosas;
Gera minhas águas lodosas;
No leito indefeso e inocente.
Imploro à Divina providência;
Que me olhe com clemencia;
Dando basta, imediatamente.
Não quero ser mais agredido;
Tampouco devo ser ofendido;
Ao arrepio do meio ambiente.
Minha alegria virou um choro;
Sob as chibatas do desaforo;
Choro o sentimento do povo.
Na sorte, conseguirei resistir;
Se continuarem a me agredir;
Não resistirei a isso de novo.
Hoje eu não sei se sou água;
Ou um leito cheio de mágoa;
Lamacento, sujo e vagaroso.
Salvem-me logo dos algozes;
Tiranos, agressores ferozes;
Com ‘roupagem’ de bondoso.
Não sou água, sou uma lama;
Aonde passo, o povo reclama;
Não pareço mais o ‘Rio Preto’.
O povo quer de mim distancia;
Causada pela ‘extravagancia’;
Que fizeram com o meu leito.
Destruíram o meu patrimônio;
Fazendo-me sujo e tristonho;
Com a expressão calamitosa.
Chego em Santa Rita doente;
Sem forças, muito impotente;
Desde a cidade de Formosa.
Não basta a lágrima somente;
Tem de ser vermelha ardente;
Marca do perigo e sofrimento.
Realmente inspiro real perigo;
E ninguém quer papo comigo;
Impossível meu saneamento.
É hora duma cadeia de união;
Este ano será ano de eleição;
Unamo-nos em prol da causa.
É hora de perseguir agressor;
E a arma é o ‘titulo de eleitor’;
Na perseguição sem pausa.
Ao meu povo peço gemendo;
Acudam-me, estou sofrendo;
Sou léguas e léguas de lama.
Punam todos os ‘agressores’;
De analfabetos aos doutores;
Mostrem que ainda me AMA.