A PGR pediu nesta sexta-feira (2) a abertura de um inquérito no STF para investigar o presidente Jair Bolsonaro por prevaricação após ter sido informado de possíveis irregularidades na compra da vacina Covaxin.
Como O Antagonista revelou na semana passada, o presidente foi informado pelos irmãos Miranda sobre o caso e disse que iria “acionar a PF”, mas não se tem notícia de que ele tomou alguma providência.
A ministra Rosa Weber havia solicitado uma posição sobre a notícia-crime apresentada por três senadores ao STF pedindo a investigação de fatos apurados pela CPI. A PGR pediu para aguardar que a comissão chegasse a uma conclusão, mas Weber afirmou que a apuração da comissão não impede a atuação do MPF.
Segundo o vice-PGR, Humberto Jacques de Medeiros, é preciso esclarecer se Bolsonaro teria mesmo que ter agido após ser informado sobre o caso, já que o crime é cometido por funcionários públicos.
“A despeito da dúvida acerca da titularidade do dever descrito pelo tipo penal do crime de prevaricação e da ausência de indícios que possam preencher o respectivo elemento subjetivo específico, isto é, a satisfação de interesses ou sentimentos próprios dos apontados autores do fato, cumpre que se esclareça o que foi feito após o referido encontro em termos de adoção de providências.”
Medeiros pediu que Jair Bolsonaro e os irmãos Miranda prestem depoimento.
Nesta sexta-feira (2), Rosa Weber negou um pedido da PGR para suspender uma notícia-crime contra Jair Bolsonaro até o fim da CPI.
Na terça-feira (29), a Crusoé revelou que, em uma reunião com Ricardo Barros, um lobista tentou comprar o silêncio de Miranda. Hoje, a reportagem de capa da revista se aprofunda na história de Barros, o homem-bomba de Bolsonaro.
O Antagonista