Preso preventivamente na Operação Faroeste, o juiz Sérgio Humberto Sampaio aparece em uma gravação obtida pela Polícia Federal discutindo valores e pagamentos com um advogado. A transcrição do diálogo aparece em denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR).

A Operação Faroeste investiga suposto esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Nesta terça-feira (10) a PGR denunciou 15 pessoas no âmbito da Operação Faroeste.

A denúncia da PGR revela que o juiz Sérgio Humberto foi designado para a comarca de Formosa do Rio Preto, na região oeste da Bahia, com o objetivo de cumprir “fazer cumprir, de imediato”, cancelamentos e aberturas de matrículas de imóveis em favor de José Valter Dias, satisfazendo, assim, os interesses do núcleo econômico e de Adailton Maturino. Esses dois últimos estão entre os 15 denunciados pela PGR. A designação do juiz para o interior do estado é classificada como “evidência de atuação criminosa da desembargadora Maria do Socorro” no documento da denúncia.

Sobre a suposta prática de venda de sentenças, trecho da denuncia revela que uma gravação feita pelo advogado Júlio César mostrou “grandiosidade da empreitada criminosa” do juiz Sérgio Humberto. “É da busca cumprida contra Júlio César que se tem a perfeita dimensão da grandiosidade da empreitada criminosa, com a atuação dos denunciados que judicam do 1º e 2º Graus ao Presidente do Tribunal, ante a apreensão e de gravação de conversas ambientais gravadas pelo próprio Júlio César durante conversas que mantinha com seus interlocutores e parceiros no esquema ilícito narrado, dentre eles o denunciado Sérgio Humberto”. 

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