O filho do professor, escritor e ex-secretário de Cultura da Bahia, contou que o pai teve cinco paradas cardíacas a caminho do hospital. Jorge Portugal morreu na noite de segunda-feira (3), após falência cardíaca aguda. Ele havia sido internado pela tarde, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) cardiovascular do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS).
“Foi muito rápido, foi uma morte súbita. Ele, por causa da insuficiência cardíaca, o sangue, os nutrientes não circularam pelo corpo. Isso acarretou uma falência do fígado, depois dos rins, ele ficou muito inchado, ele teve cinco paradas cardíacas no caminho de casa até o hospital, ainda chegou com vida, mas a fatalidade aconteceu”, explicou Caetano Inácio Portugal.
O filho de Jorge Portugal ainda detalhou que o professor sofria de insuficiência cardíaca.
“Meu pai teve um AVC há dois anos, implantou um marca-passo em janeiro e, desde então, vinha sofrendo insuficiência cardíaca. Esse é o motivo do falecimento dele”, disse.
Caetano Inácio contou que a mãe dele, esposa de Jorge Portugal, está bastante abalada por causa da morte e aproveitou para agradecer às pessoas que mandaram mensagens para a família.
“Minha mãe foi uma companheira para além do casamento, foi uma parceira de trabalho e uma mãe de meu pai. Cuidava dele com muito carinho, nos mínimos detalhes. Ela está bastante desolada. Agradeço as mensagens de todas as pessoas queridas que têm enviado uma palavra de conforto, e nesse momento é importante para gente ir assimilando, aos poucos, essa perda imensa”, completou.
O cardiologista e diretor médico do HGRS, André Durães, que acompanhou o caso do professor Jorge Portugal, falou em entrevista ao Jornal da Manhã desta terça-feira como foi a chegada do paciente no hospital e descartou infecção por Covid-19.
“O paciente chegou na sala vermelha da emergência do Hospital Geral Roberto Santos já em estado extremamente crítico, estado de choque cardiogênico e já tinha o relato do Samu que ele tinha apresentado paradas cardiorrespiratória durante o transporte. O choque cardiogênico é quando o coração perde a capacidade de bombear o sangue de maneira efetiva, adequada, gerando sofrimento de vários órgãos por falta de oxigênio, de nutrientes. Entre esses órgãos, o cérebro é o primeiro a sofrer. Muito semelhante a um AVC, quadro muito grave e muitas vezes irreversível”, explicou.
O médico explicou sobre o histórico de saúde do paciente e, assim como o filho de Jorge Portugal, citou a insuficiência respiratória.
“No caso dele, já tinha problema cardíaco. Conversei com a equipe médica que acompanhava ele em outro hospital, conversamos com a família também. Ele tinha insuficiência cardíaca, que é quando o coração, cronicamente, perde essa capacidade. E na ocasião, como ele não tinha uma reserva, o coração dele já era frágil e não suportou manter uma circulação sanguínea adequada, e entrou em um quadro similar a um colapso circulatório”, conta.
Sobre a Covid-19, o médico disse que a doença foi descartada e afirmou que o histórico clínico do professor é totalmente compatível com problema cardíaco.
“Surgiu a notícia de que ele poderia estar com Covid-19, mas toda a história clínica dele era incompatível com Covid-19. A história clínica dele é 100% compatível com problema cardíaco, não havia história de febre, tosse, nada que que sugerisse a possibilidade de Covid-19, nem contato om ninguém com Covid-19, então nós praticamente descartamos a possibilidade de Covid-19”, explicou o médico.
Via: G1