A Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou 117 fuzis incompletos, do tipo M-16, na casa de um amigo do policial militar Ronnie Lessa no Méier, na Zona Norte do Rio.
De acordo com investigações da DH e Ministério Público, Lessa foi responsável por atirar na vereadora Marielle Franco e no motorista Anderson Gomes no dia 14 de março de 2018.
As armas, todas novas, estavam desmontadas em caixas em um guarda-roupas – só faltavam os canos. A polícia investiga se Lessa trafica armas e escondia lá o material.
Atualização: Entre os fuzis M-16 apreendidos na casa de Alexandre Mota de Souza, a polícia identificou alguns com a inscrição adulterada, indicando que seriam fuzis HK M27, arma que pertence à Marinha Americana. De acordo com o delegado Marcos Amin, titular da Delegacia Especializada Armas e Explosivos do Rio (Desarme), trata-se de fato de um fuzil M-16.
“Havia ‘low receivers’, da Colt do Canadá. Os que estão com a inscrição HK são fakes. São montagens, são feitos em outro país e recebem aquele crivo ali. Todos (os fuzis apreendidos) são plataforma M16. O Colt M16 é um design que já teve a patente quebrada. Mas são todos da plataforma M16 sim, tanto os que tem a inscrição HK quanto os Colts do Canadá”, explicou o delegado.
Segundo o secretário de Polícia Civil, Marcos Vinícius Braga, esta é a maior apreensão de fuzis da história do Rio, superando inclusive a feita no aeroporto Internacional do Rio em 2017. Na ocasião, foram encontradas 60 armas vindas dos EUA dentro de aquecedores de piscinas. Em 2019, a PM apreendeu, de 1º de janeiro até esta segunda, 100 fuzis.
O dono da casa, Alexandre Mota de Souza, afirmou para os policiais que Ronnie, seu amigo de infância, entregou as caixas e pediu para guardá-las e não abri-las. Alexandre acabou preso por suspeita de tráfico de armas. A polícia chegou nele rastreando um barco que seria de Ronnie, mas estaria no nome do amigo.
“Alexandre é amigo do Lessa há anos e ele fez apenas um favor em colocar essas encomendas, porque ele não sabia do que se tratava, no seu apartamento. Ele ficou surpreso ao saber do conteúdo, mas ele não tem nada a ver com esse episódio lamentável da vereadora”, disse seu advogado.
Via: G1