A história se repete
mataram Marielle
e agora mataram mãe Bernadete
e o capitalismo selvagem
continua pintando o sete
Mãe Bernadete, líder quilombola
olhos cor da lua de angola
mulher negra de raízes africanas
afrobaianas, a flor baiana
não é o ódio dos que dispararam
os 14 tiros na sua cara
as 14 balas
que vão calar a fala
de quem lutava por justiça social
empunhava essa mulher
apenas o estandarte da arte e da fé
mãe preta, como preta é a Bahia
como preta é minha poesia
minha Yalorixá
que navega agora
no colo da rainha do mar
Mãe Bernadete e Marielle
não sei se o Brasil tem jeito
a barbárie provoca angústia dentro do peito
Mãe Bernadete e Marielle
fica – como homenagem – esse poema
da cor da nossa pele
Mãe Bernadete e Marielle.
Quem sabe um dia – sob o império da Lei
a verdade se revele
Mae Bernadete e Marielle
mulheres da cor da minha pele