Após discordâncias em seu órgão central, o Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou uma resolução com vistas às eleições municipais de 2024, abrindo a possibilidade de estabelecer alianças com o Partido Liberal (PL), que é liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O partido divulgou esse documento nesta quarta-feira (30). Dentro do PT, há dirigentes que defendem a formação de acordos com o PL nos municípios em que haja interesses coincidentes. Por exemplo, no Rio de Janeiro, como noticiado pelo jornal “O Globo” hoje, sondagens estão em andamento entre os dois partidos em áreas como a Baixada Fluminense e a Região Metropolitana.
Durante uma reunião de seu diretório nacional na segunda-feira, a liderança do PT propôs uma resolução que inclui, entre outros pontos, a proibição de alianças com “candidatos e candidatas associados ao projeto bolsonarista”. Surgiu, também, uma tentativa – divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pelo jornal “O Globo” – de tornar o texto mais rigoroso, a fim de impedir que candidatos filiados ao PT apoiassem ou recebessem apoio de membros do PL nas próximas eleições municipais.
A proposta para um veto mais rigoroso ao PL foi liderada pelo historiador Valter Pomar, uma das vozes proeminentes da facção interna conhecida como Articulação Esquerda, e foi apoiada por outras correntes minoritárias dentro do diretório nacional. No entanto, a corrente majoritária, Construindo um Novo Brasil (CNB), que conta com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bloqueou essa alteração no texto, mantendo a restrição apenas àqueles que se identifiquem com o “projeto bolsonarista”, sem fazer menção à filiação partidária. A CNB inclui outras figuras-chave do PT, como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann.
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