
O ex-ministro Henrique Meirelles disse, em entrevista ao Estadão/Broadcast, que sua candidatura à Presidência não representa o governo de Michel Temer.
“Estou tirando o rótulo. Por exemplo, não sou o candidato do mercado, não sou o candidato do governo, não sou o candidato de Brasília. A minha proposta é a proposta do meu histórico. Não estou tentando tirar um rótulo. Estou tentando tirar qualquer rótulo que não seja a minha proposta, meu histórico”.
Questionado sobre ter sido integrante do governo Temer até pouco tempo, Meirelles disse que é o candidato da renda, do crescimento e da inflação controlada.
“Mas acredito que as reformas feitas por esse governo são fundamentais e, no Ministério da Fazenda, conseguimos neste governo retirar a economia da maior recessão da história e criar dois milhões de postos de trabalho. Isso é um dado inquestionável”.
GOVERNO REAGIU A DECLARAÇÃO DE EX-MINISTRO
Em resposta, Marun disse ainda que Meirelles e todos os demais presidenciáveis identificados com o “centro” político deveriam retirar suas candidaturas e discutir um projeto comum, para então escolher um candidato. “É a única possibilidade de vitória (do centro)”, disse o ministro, que teme uma eleição disputada entre o que chamou de extremos – Jair Bolsonaro (PSL) pela direita e o candidato petista pela esquerda. “No centro, que é o bom senso, ninguém tem voto. Essas candidaturas não vão a lugar nenhum.”
Marun foi além e disse que todos os atuais postulantes à Presidência são “ruins”. “Não são pessoas ruins, hoje são candidatos ruins.” A “única coisa boa” do atual processo eleitoral, segundo ele, é a expectativa de que os líderes da pesquisa – Lula, Bolsonaro e Marina Silva (Rede) – “vão perder”. “Sobra o centro, que não se organiza.”
Durante a entrevista ao Canal Livre, Marun ainda fez sua habitual defesa enfática do governo Temer. Para ele, a gestão do emedebista é “o melhor governo da história por hora de mandato”, mas que não consegue obter popularidade por causa de uma “conspiração asquerosa” que une setores da imprensa e do Judiciário.