
“Um dia desses a gente quebra o zumbir dos relógios e acerta os ponteiros, porque ainda resta o amor, a poesia, a rima capenga e a cachaça”, escreveu um dia um dos maiores de nossos poetas quando o mesmo enfatizou “o tempo e o destino”, uma das suas últimas obras. Há aqueles que vem e vão pelos muitos portos do mundo. E há aqueles que apenas vão, ficando a saudade e a imortalização através da arte. José Ramos Santos, o nosso Zeca Bahia, acaba de nos deixar, mas através dele permanece um grande legado. Lapense de corpo e alma, um filho ilustre desta terra que muito nos orgulha. Zeca representou Bom Jesus da Lapa com a sua poesia ecoando pelos quatro cantos do país e por mais de 40 países mundo afora, erguendo a nossa cultura para o patamar mais alto possível. Aos 67 anos, nos deixa como um veleiro que acabara de repousar.