Dirigentes e líderes de partidos de centro temem que as mudanças no Ministério da Defesa, após a demissão de Fernando Azevedo e Silva, abrindo uma crise nas Forças Armadas, possam representar tentativa do presidente Jair Bolsonaro de radicalizar seu discurso e suas ações caso se sinta ameaçado.
Congressistas, governadores e dirigentes partidários viram na troca na Defesa uma tentativa de Bolsonaro de aumentar a interferência sobre as Forças Armadas.
Na visão de líderes, o presidente, ao mesmo tempo em que tenta consolidar o apoio do centrão, parece testar os limites da governabilidade, ao sinalizar uma tentativa de controle maior do Exército. É como se preparasse um plano B, avaliam.
Entre esses atores políticos e também ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), o que minimiza o temor de atos mais autoritários é o fato de que os próprios fardados de alto escalão estão reagindo a Bolsonaro.
Diante desse cenário, integrantes do centrão ouvidos pela Folha acreditam que a relação com o Planalto seguirá sendo de altos e baixos.
Julia Chaib e Danielle Brant, Folhapress