A nove dias do primeiro turno da eleição presidencial, Fernando Haddad (PT) subiu seis pontos e consolidou-se em segundo lugar na corrida eleitoral, com 22%. Ela segue sendo liderada por Jair Bolsonaro (PSL), que se manteve estável com 28%, mas perdeu fôlego nas simulações de segundo turno, sendo derrotado em todas elas. A dupla lidera também no quesito rejeição do eleitor, indicando a polarização na disputa. Os dados estão na nova pesquisa do Datafolha. Nela, Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) empatam tecnicamente no terceiro posto. Marina Silva (Rede) murchou para um distante quarto lugar. O instituto ouviu 9.000 eleitores em 343 cidades de quarta (26) a esta sexta (28). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo. O levantamento foi contratado pela Folha e pela TV Globo. A pesquisa anterior havia sido feita nos dias 18 e 19. Haddad, o preposto indicado por Luiz Inácio Lula da Silva para concorrer em seu lugar, já que foi declarado inelegível por ter condenação em segunda instância, cresceu de 16% para 22% nas intenções de voto estimuladas. Nas menções espontâneas, também cresceu seis pontos, chegando a 17%. Ele teve seu mais forte crescimento nas regiões Nordeste (12 pontos) e Norte (13 pontos). No tradicionalmente lulista e populoso Nordeste, ele lidera com 38% das intenções de voto. Ali, Bolsonaro registra seu pior desempenho regional, com 16% de intenções de voto, empatado com Ciro Gomes (PDT), que tem 15% no seu território de origem. O período da pesquisa coincidiu com uma zona de turbulência na campanha do capitão reformado, que se recupera internado de uma facada recebida no dia 6. Na quarta, a Folha revelou um documento do Itamaraty relatando uma ameaça de morte atribuída a Bolsonaro por uma ex-mulher, que hoje nega ter dito isso. Na quinta, surgiu a fala de seu vice, Hamilton Mourão (PRTB), criticando o 13º salário, e mais acusações contra o deputado no processo de divórcio divulgadas pela revista Veja. Bolsonaro segue com os mesmos 28% que recebeu no levantamento anterior, na pesquisa estimulada. Na declaração espontânea, oscilou positivamente um ponto, para 25%. No terceiro pelotão, a disputa está embolada entre Ciro, que oscilou negativamente dois pontos e tem 11%, e Alckmin, que subiu dentro da margem de 9% para 10%. No caso do pedetista, o forte crescimento de Haddad no seu quintal eleitoral, o Nordeste, ajuda a bloquear seus movimentos. Já o tucano, apesar de contar com o maior tempo de propaganda eleitoral gratuita, viu sua campanha mais incisiva por um voto útil contra Bolsonaro e PT fracassar em lhe auferir apoio. Já Marina confirmou a tendência de queda livre e oscilou mais dois pontos para baixo, atingindo 5% na pesquisa estimulada. A candidata da Rede está agora um pouco acima do bloco dos nanicos eleitorais, integrado por João Amoêdo (Novo, 3%), Alvaro Dias (Podemos, 2%), Henrique Meirelles (MDB, 2%), Vera (PSTU, 1%), Guilherme Boulos (PSOL, 1%) e Cabo Daciolo (Patriota, 1%).