O número dos leitos de UTI para pacientes com Covid-19 financiados pelo Ministério da Saúde teve uma queda de 71% de julho de 2020 ao início de março de 2021, quando o Brasil atingiu recordes diários de mortes pelo vírus. Os dados são do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), com base em monitoramento de portarias publicadas no Diário Oficial da União.
Em julho do ano passado, no pico da pandemia, eram 11.564 leitos financiados pelo governo federal, agora são 3.372.
Essa queda ocorre em um contexto de colapso em hospitais de todas as regiões do Brasil. No dia 1° de março, 19 das 27 unidades federativas estavam com lotação nas UTIs acima de 80%, segundo levantamento da Fiocruz.
Em dezembro, o Ministério da Saúde financiava o custo de 60% dos leitos do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse percentual caiu pela metade em janeiro. Em fevereiro, ele passou a representar apenas 15%.
Isso foi causado pelo término, em 31 de dezembro, da vigência do decreto de estado de calamidade, que permitia a transferência de recursos extra-orçamentários.
Segundo o presidente do Conass e secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, o orçamento de 2021 do Ministério da Saúde não levou em conta que o Brasil ainda estaria sob a pandemia. Por isso, alguns estados têm aumentado a quantidade de leitos sem recursos da União, afirma.