Julho de 2019 foi o mês em que mais pessoas morreram em intervenções policiais no Estado do Rio desde 1998, quando a estatística começou a ser contabilizada. Foram 194, no total, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (21) pelo Instituto de Segurança Pública (ISP).
O número equivale a mais de seis pessoas mortas por policiais por dia. Até então, o maior registro mensal era de agosto do ano passado, com 176. Em maio de 2019, o patamar foi semelhante: 171.
Pela manhã, em entrevista ao vivo ao Bom Dia Rio, o secretário da Polícia Civil, delegado Marcus Vinícius Braga, disse que há uma tendência de alta no número de pessoas mortas por policiais pelo menos até o fim do ano.
“A tendência é subir até dezembro, porque as ações estão sendo feitas. Conforme a gente for trabalhando as investigações, a inteligência, a integração com a Polícia Militar, a tendência é abaixar. É um número alto, não é o número que a gente deseja”, explicou Braga.
Tecnicamente, as mortes em confrontos com a polícia são denominadas “morte por intervenção de agente do Estado”, que ocorre durante a função policial. A denominação foi definida em portaria do Ministério da Segurança Pública no fim de 2018.
Anteriormente, no Rio, esse tipo de ocorrência era registrado como “auto de resistência”, “homicídio decorrente de intervenção policial” e, no ano passado, chegou a ser chamado de “mortes por intervenção legal”, termo que gerou polêmica. Apesar das mudanças de nomenclatura, não houve mudança no método estatístico.
Braga também já havia falado sobre o menor número de homicídios dolosos acumulado em sete meses desde 1991: de janeiro a julho, foram 2.392. No mesmo período do ano passado, foram 3.101 casos. Só em julho, foram 309.
Em julho deste ano, nenhum policial foi morto em serviço. No mesmo mês do ano passado, foram quatro. De janeiro a julho de 2019 já foram 12 — contra 22 entre esses meses de 2018.
Homicídios dolosos (queda de 22,9%)
Mortes por intervenção policial (aumento de 19,6%)
Estupro (aumento de 2,8%)
Roubos (queda de 10,4%)
Via: G1