O Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, derrubou restrições à investigação sobre possíveis mandantes da tentativa de assassinato sofrida pelo presidente Jair Bolsonaro em 2018, durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG).
Com a decisão, poderá ser realizada, por exemplo, a quebra do sigilo bancário do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que defendeu Adélio Bispo de Oliveira, preso após esfaquear Bolsonaro. O advogado do presidente, Frederick Wassef afirmou que a decisão é uma vitória e poderá ajudar a desvendar o caso, que segundo ele tem mandante e patrocinador.
À reportagem, Wassef classificou a decisão como “uma vitória do Brasil e da democracia”. Segundo ele, todas as evidências coletadas pela Polícia Federal (PF) desde o atentado e novas informações poderão ser usadas na reabertura do caso.
“Precisamos estabelecer a primeira premissa que é a seguinte: encomendaram a morte do presidente da República. Adélio Bispo é um assassino profissional que foi contratado para assassinar Jair Messias Bolsonaro. Adélio Bispo não agiu sozinho, Adélio Bispo não é louco e existem fortes indícios e robusto conjunto de provas que a esquerda brasileira encomendou a morte do presidente Jair Bolsonaro”, discursou Wassef em conversa com a imprensa em hotel em Brasília.
Adélio foi indiciado pela PF pelo crime de “atentado pessoal por inconformismo político” com base no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional. Ele é detento da Penitenciária Federal de Campo Grande.
O artigo da LSN diz o seguinte: “Devastar, saquear, extorquir, roubar, sequestrar, manter em cárcere privado, incendiar, depredar, provocar explosão, praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo, por inconformismo político ou para obtenção de fundos destinados à manutenção de organizações políticas clandestinas ou subversivas. Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.”
O atentado à faca ocorreu em 6 de setembro de 2018, durante uma caminhada que Bolsonaro realizava com apoiadores de sua campanha, em Juiz de Fora. O então presidenciável foi atingido na região do abdômen, enquanto era carregado por um simpatizante. Dois inquéritos da PF concluíram que Adélio agiu sozinho. Wassef acredita que fatos novos devem levar à reabertura das investigações.
Via: Metropoles