G1
A voz de Maria Aparecida Martinez, de 54 anos, se alternava entre a revolta e o choro. Mãe de Gabriel Martinez, de 26 anos, morto com suspeita de Covid-19 no último sábado (21), na Tijuca, Zona Norte, ela lamenta que o filho não tenha sido testado antes e tido a chance de receber o tratamento apropriado.
Gabriel era músico, publicitário, e segundo a mãe, totalmente saudável.
“Dói muito não ouvir a chave do meu filho na porta quando ele chega do trabalho. Nem o corpo do meu filho pude ver, o vi durante dois minutos, não pude tocar, nem pude me despedir. Só tenho forças para conversar com a imprensa porque quero alertar para que as pessoas saibam que o vírus não mata só os idosos ou as pessoas com doenças. Meu filho era saudável, nunca entrou em um centro cirúrgico, fez um check-up há um mês e meio e não deu nada”, conta.
A mãe do jovem detalhou a evolução do diagnóstico de Gabriel:
A mãe de Gabriel pede que os jovens se conscientizem e fiquem em casa.
“A gente está à mercê destas determinações, você não pode obrigar o médico a fazer, você não consegue testar particular. Eu digo pra todos que tomem muito cuidado, não são só idosos, não são só pessoas debilitadas. Jovens, fiquem em casa e se protejam. A falta de diagnóstico matou meu filho e vai matar outros”, diz ela.
O Hospital Badim, onde Gabriel foi atendido, afirmou que “seguiu todos os Protocolos do Ministério da Saúde e empregou todos os esforços, humanos e tecnológicos, para salvar a vida do paciente”. A unidade também afirma que se solidariza com a família e amigos de Gabriel e reforçou “a importância de a população permanecer em isolamento social durante o período de contaminação pelo novo coronavírus”.
O G1 entrou em contato com o Ministério da Saúde, mas não teve resposta até a última atualização desta reportagem.