Na mesma entrevista em que admitiu que o ex-assessor Fabrício Queiroz pagou suas contas, mas tendo ele repassado o dinheiro, o senador Flávio Bolsonaro fez ataques à operação Lava Jato e exaltou o procurador geral da República, Augusto Aras. Na entrevista ao jornal “O Globo”, ele também criticou o ex-ministro Sergio Moro que, como juiz que conduzia a Lava Jato em Curitiba, tornou-se um símbolo da operação.
“Qualquer investigação tem que acontecer dentro da lei e os excessos precisam ser investigados. Não dá para a gente jogar uma partida de futebol, um time fazer gol de mão e o outro aceitar. Pelo que acompanho, há suspeitas de que pessoas com foro por prerrogativa de função estavam sendo investigadas por procuradores de 1ª instância, inclusive alterando os nomes dos investigados para não ficar claro que se tratava de um senador ou de um deputado”, disse FLávio Bolsonaro, em referência a supostas investigações ilegais contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Ele também elogiou Aras em meio ao embate com as forças-tarefas da operação.
“Aras tem feito um trabalho de fazer com que a lei valha para todos. Embora não ache que a Lava-Jato seja esse corpo homogêneo, considero que pontualmente algumas pessoas ali têm interesse político ou financeiro”, acusou, negando, porém, que haja um desmonte do combate à corrupção no Brasil.
“Inclusive, com a saída de Moro, a produção do Ministério da Justiça subiu demais”, afirmou, dizendo que o ministro fez acusações infundadas sobre interferência na PF e deixou o governo por divergências ideológicas sobre o controle de armas.
O Tempo