Um novo confronto entre manifestantes e o exército da Venezuela foi registrado na tarde deste domingo (24) na região de Pacaraima (RR).
O conflito começou quando manifestantes venezuelanos do lado brasileiro cruzaram a fronteira e jogaram pedras em uma coluna da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) que estava a cerca de 400 metros do marco fronteiriço.
A partir desse momento, os cerca de 50 membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militarizada) agiram para dispersar a multidão com bombas de gás lacrimogêneo.
Em torno desses exaltados havia cerca de 40 curiosos que observavam a cena na área neutra, situada a 600 metros do posto fronteiriço venezuelano.
Jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas que estavam na divisa entre os dois países se afastaram da região correndo, assim que o conflito começou.
Imagens da região mostram os militares brasileiros, que estão na fronteira, orientam os venezuelanos a deixarem a área de confronto.
Após alguns minutos de enfrentamento, um militar do Brasil se colocou em meio à linha de fogo, fazendo gestos para que os ataques cessassem. Na sequência, as partes se afastaram.
Fontes não oficiais disseram que durante a última madrugada cerca de 50 veículos com agentes policiais chegaram ao posto fronteiriço venezuelano para reforçar a segurança.
Por enquanto, não há nem sinal das duas caminhonetes, carregadas com alimentos e remédios de Brasil e Estados Unidos, que ontem chegaram ao local com a intenção de entrar no país vizinho, sem sucesso.
Dias de conflito
Este é o terceiro dia de confronto, desde que o presidente venezuelano Nicolás Maduro ordenou o fechamento da fronteira, na quinta-feira (21).
Até agora, cinco mortes foram registradas: duas na sexta (22) e outras três no sábado (23)
Na noite deste sábado (23), dia em que a ajuda humanitária entraria na Venezuela, as cenas vistas foram de confrontos nas regiões de fronteira com o Brasil e a Colômbia e caminhões retornando aos países de saída sem conseguir entregar as toneladas de alimento e remédios ao povo venezuelano.
Na divisa com a Colômbia, dois caminhões que transportavam ajuda foram incendiados por partidários do presidente Nicolás Maduro na ponte Francisco de Paula Santander, que liga Cúcuta (Colômbia) e Ureña (Venezuela) e 42 pessoas ficaram feridas em confrontos com militares na ponte Simón Bolívar, principal passagem entre os dois países.