A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter o entendimento constitucional que impede a reeleição para os comandos da Câmara dos Deputados e do Senado fortaleceu a candidatura do deputado estadual Adolfo Menezes (PSD) à presidência da Assembleia Legislativa.
Havia consenso no governo e entre parlamentares de que, se a reeleição tivesse sido permitida, o presidente da Casa, Nelson Leal (PP), adquiriria legitimidade para reproduzir o expediente na Bahia, o que o tornaria favorito na disputa, apesar de um acordo pelo qual o PSD sucederia seu partido no comando do Legislativo estadual.
Fiador do entendimento, o governador Rui Costa (PT) o utilizava para defender publicamente o nome de Adolfo, de quem é próximo, embora permanecesse nutrindo enorme simpatia e até gratidão por Nelson, o que tornava delicadíssima uma operação para eleger seu preferido à Assembleia.
Agora, entretanto, o quadro mudou. Na visão de deputados que trataram do assunto com o governador na semana passada, pelo teor das conversas, Rui vai ficar mais à vontade para defender o cumprimento do acordo entre PP e PSD e trabalhar o nome de Adolfo junto à base.
Isso não impede que, sob o discurso de que não firmou entendimento algum, que seus líderes já vêm fazendo, o PP apresente um outro nome para a disputa, mas, neste caso, conforme disse um deputado do PT a este Política Livre, o partido ficará sob ‘conta e risco’ de confrontar a autoridade do governador.
Depois da sucessão municipal, em que o PT fracassou redondamente nas urnas, acendeu a luz amarela no governo em relação à importância de manter um aliado fiel no comando da Assembleia, já que o presidente da Casa terá papel fundamental nas eleições estaduais de 2022, as quais o PT quer disputar com o senador Jaques Wagner.
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