
Canteiro de obras do BRT na região do Cidadela (Foto: Juliana Almirante/ G1)
Com obras iniciadas no dia 29 de março, o projeto do Bus Rapid Transit (BRT) em Salvador tem provocado polêmica, com protestos feitos por ambientalistas, urbanistas, moradores e artistas.
Especialistas e entidades da área ambiental, de mobilidade, de arquitetura e urbanismo avaliaram o projeto. Os principais problemas apontados (veja lista abaixo) estão no custo das obras, no impacto ambiental – corte de árvores e tamponamento de rios – e na inclusão de faixas voltadas para carros, o que para eles, seria um investimento no transporte individual e não coletivo.
Os questionamentos foram levados pela reportagem ao secretário de mobilidade de Salvador, Fábio Mota, e à Secretaria de Comunicação (Secom) da prefeitura, que rebatem os argumentos críticos e defendem a obra. Para o executivo municipal, o BRT irá melhorar a qualidade da mobilidade na capital e resolver o problema histórico de alagamentos no trecho de construção.
O trecho de 2,9 km da primeira etapa (do Parque da Cidade até a Rodoviária) da Linha 1 do projeto faz parte de uma área da cidade por onde passam cerca de 340 mil pessoas por dia no transporte público.
A proposta do novo transporte inclui, ainda, mais duas etapas para o trecho da primeira linha, cujo percurso total vai da Lapa até a Rodoviária.
O canteiro de obras começou a ser instalado no trecho da Avenida ACM, próximo ao Parque da Cidade. Desde então, protestos contra o projeto são feitos na região.
O sistema de Bus Rapid Transit (BRT) é formado por ônibus sanfonados, que devem ser climatizados com ar-condicionado, diferentemente dos veículos que fazem parte do transporte público atualmente. Estudos são feitos para viabilizar que os veículos sejam elétricos.
Os ônibus do BRT também devem abrigar mais pessoas do que os veículos convencionais. A capacidade de um ônibus atualmente em Salvador é para 42 pessoas sentados. Um BRT pode levar 170 passageiros.
Os veículos do BRT vão circular em linhas exclusivas e, por isso, não poderão trafegar em linhas urbanas normais, já existentes. Em lugar dos pontos de ônibus convencionais, serão instalados terminais no trajeto do BRT.
O projeto do BRT em Salvador também prevê a construção de vias para a circulação de carros, bicicletas e pessoas. Na primeira linha, serão cinco pistas no total. Duas de BRT, duas para carros, uma ciclovia e uma para pedestres.
A segunda etapa da linha 1 vai do Parque da Cidade até a Lapa. Já a terceira etapa, do Parque da Cidade até a Pituba.
Além da linha 1, que começou a ser executada e vai da Lapa à Rodoviária, o projeto prevê mais seis linhas no total:
A linha 1 deve ser entregue 28 meses após o início das obras, em junho de 2020. A previsão da prefeitura é de que até 2025 todas as linhas sejam finalizadas.
Atualmente, o percurso onde será montado a primeira linha é feito por 600 ônibus convencionais em 68 linhas. Com o BRT, o mesmo percurso será feito por 40 ônibus, que serão operados pelo mesmo consórcio que já opera as linhas convencionais, o Integra.
Ainda não há previsão de quanto será o custo da tarifa do BRT.
Via: G1