A reação moderada de lideranças da Câmara dos Deputados e do Senado em relação à convocação de Jair Bolsonaro para as manifestações do dia 15 foi deliberada. Há uma convicção de que é preciso deixar o presidente falando sozinho —e não mais mergulhar em pautas determinadas por ele que desviam a atenção de problemas como o turbilhão econômico que varre o mundo.
A análise política coincide com as de especialistas em monitoramento de redes sociais: a pauta econômica desgasta Bolsonaro e mudar de assunto o favorece. A consultoria Arquimedes coletou 208 mil manifestações de 2 a 6 de março sobre o PIB: 81,16% eram desfavoráveis ao governo.
Um estudo da AP Exata distribuído a bancos e empresas e que circulou entre autoridades na segunda (9) dizia que “o governo vem perdendo a guerra da dominância narrativa nas redes. Seus apoiadores fazem muito barulho, mas só têm influenciado uma bolha cada vez mais radicalizada”.
Mônica Bergamo/Folha de S.Paulo