Um estudo feito pelo Hospital das Clínicas de SP mostra que telefones celulares podem fazer parte da rede de contaminação pelo novo coronavírus em instituições hospitalares —e, portanto, fora delas também.
Na pesquisa, 51 profissionais que trabalhavam em uma UTI exclusiva para Covid-19 foram questionados sobre os cuidados que tomavam com seus aparelhos —que eram usados também no hospital.
Entre médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, 100% relataram que higienizavam os telefones e as mãos de forma adequada. Entre profissionais de limpeza, o percentual caiu para 80% —índice considerado ainda alto.
Depois disso, os pesquisadores recolheram os telefones dos profissionais e coletaram material de suas superfícies. Em dois deles, foram encontrados materiais genéticos do novo coronavírus.
Em exames laboratoriais, verificou-se que o vírus encontrado não cresceu em cultivo e não estava mais infectante. “Mas o DNA dele estava nos celulares”, diz a infectologista Silvia Costa, do HC de SP e orientadora do estudo. Ele é assinado pela médica equatoriana Evelyn Espinosa, que faz doutorado no hospital.
Folha de S.Paulo