A Academia Barreirense de Letras (ABL) se solidariza com familiares e amigos pela perda trágica do escritor Durvalino Vasconcelos Nunes, mais conhecido como Durval Nunes, 79 anos, na tarde de ontem (17), em acidente automobilístico na BR 242, entre o 4º BEC e o trevo de acesso ao Aeroporto.
Plantou muitas árvores, escreveu vários livros e deixa filhos exemplares, de quem se orgulhava. O velório do corpo será no Memorial Senhor do Bonfim, entre às 13h e 20h e amanhã (19), das 8h às 12h. O corpo será cremado.
Em mensagem da família foram ressaltadas algumas das suas qualidades como idealista, alegre, comprometido com os valores sociais, culturais e ambientais de nossa região”, destacando que ele “deixou um pedaço de sua história eternamente gravada em nossos corações, com seu exemplo nos ensinou valores a serem partilhados”.
Também foi lembrado que por causa do especial momento de pandemia, deverão ser observadas durante o velório as medidas sanitárias divulgadas pelas autoridades públicas, devendo-se evitar aglomerações.
Natural de Itororó (BA), foi engenheiro agrônomo por formação, deixa quatro filhos e duas netas, muitos amigos e admiradores do seu trabalho. No seu vasto currículo tem passagens como membro fundador da ABL (2005) e secretário municipal de Meio Ambiente e Turismo de Barreiras (2005/2008).
Defensor do meio Ambiente, militou ativamente na Associação dos Amigos da Natureza de Barreiras (Amina), foi co-fundador da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Barreiras, assessor de Planejamento e Recursos Ambientais de Barreiras (1993/1996) e fundador da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos do Oeste (Caprioeste).
Entre suas múltiplas facetas, atuou também como professor em diversas cidades da região. Nos últimos anos estava lecionando em Serra do Ramalho, onde foi um dos responsáveis pela organização da Coopraserra, entidade que presidia no momento.
Poeta, cronista e contista ele deixou seu legado através da atividade literária, exercida com afinco. Em 1989 começou a escrever em periódicos de Barreiras, com alguma incursão no suplemento A Tarde Rural, onde defendia, principalmente, uma das suas paixões, a viabilidade da caprinocultura regional.
Em 2000 participou da antologia “Poemas da Nova Primavera”, organizado pela Fundação Cultural da Bahia, em Salvador. No ano de 2009 lançou o livro de poemas “Sinfonia das Águas”, exaltando as belezas naturais.
No ano de 2011 participou com outros autores do livro “O estado do Rio São Francisco – de Dom Pedro I a Marlan Rocha”. Em 2013 lançou ‘Minha cara mãe Calina’, um livro de crônicas e no ano passado ‘Ao Santo Velho Chico’ , sua última obra publicada reuniu crônicas e contos. Deixou também trabalhos ainda não publicados.
Sua última atividade como membro da ABL aconteceu no dia 05 de julho, ao lado do amigo Vivaldo Mota (Motinha) na live ‘O fazer poesia no oeste da Bahia’. O evento, transmitido pelo canal da academia no YouTube, faz parte do projeto ABL em tempos de pandemia. Está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Wg7RP2Fb8Yw
Para o presidente da entidade, Valney Rigonato, “a perda é imensurável, pela pessoa que foi Durval Nunes e a grande contribuição que deixa para a comunidade regional. Não só no meio literário, mas também no meio ambiente e no meio social”.
“A academia perde mais um ilustre membro. Barreiras e a região Oeste perdem um homem sonhador com o Estado do São Francisco. Um agrônomo, que diferente de muitos da sua profissão, cultivou árvores e palavras em prol dos Cerrados Baianos”, destacou Rigonato, acrescentando que “agora nos resta cultivar em nossa alma as lembranças do nosso querido escritor e amigo”.