Tito Matos*
Quem visitar a 17ª Bahia Farm Show – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola e Negócios 2023, que será realizada no município de Luís Eduardo Magalhães, oeste do Estado, entre os dias 6 e 10 deste mês de junho, terá a oportunidade de conhecer de perto o vigor do agronegócio da Boa Terra. Nesta safra 2022/23, por exemplo, a colheita de grãos alcançará o volume recorde de 13,3 milhões de toneladas de grãos, um crescimento de 10% em relação ao que foi colhido anteriormente, de 12,1 milhões de toneladas. São impressionantes os números da produção baiana, com um acelerado crescimento em tão pouco tempo.
Quando o presidente Lula e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, desembarcarem na Bahia Farm Show, às 9h30 desta terça-feira, vão ficar impressionados ao percorreram os estandes da exposição. Vão ver que a Bahia está dando um importante exemplo ao Brasil e ao mundo de como se produz com eficiência e qualidade, se produz com sustentabilidade, e verão de perto que produção e preservação não são atividades excludentes, como muitos imaginam. Eles vão saber que o aumento da produção de grãos se dá muito mais pelos índices de produtividade e não pela expansão da área plantada, pelo desmatamento.
A feira é de projeção nacional. Só perde para a tradicional Expointer, no Rio Grande do Sul, e para a Agrishow de Ribeirão Preto, em São Paulo. Há quem questione. Inegável, entretanto, que a Bahia Farm Show é a grande vitrine do agro de todo o Norte/Nordeste do país.
Nela vão estar presentes também o governador do Estado, Jerônimo Rodrigues; Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, ministros de Estado, secretários de governo e autoridades federais, estaduais, municipais, parlamentares e de lideranças rurais e agricultores da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). O produtor Odacil Ranzi, presidente da Bahia Farm Show, será o anfitrião.
Uma multidão de produtores – grandes, médios e pequenos – de todos os municípios circunvizinhos já se prepara para comparecer à Bahia Farm Show, a fim de ver o presidente Lula de perto e conhecer as tecnologias que fizeram da agropecuária brasileira o setor mais exitoso da economia brasileira. O Produto Interno Bruto (PIB) do setor, a soma de todas as riquezas, mostrou isso. Os presentes vão saber que a pujança da nossa agricultura tropical está assustando os concorrentes mundo afora. A exposição será também uma boa ocasião para Lula mostrar o erro cometido por aqueles que, em Ribeirão Preto (SP), desprezaram as autoridades oficiais do agro na Agrishow. Na Bahia, ele sempre teve vez, sempre contou com a simpatia do povo.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os destaques da colheita baiana na safra 2022/23 são a soja, com 7,7 milhões de toneladas, o milho, com 3,9 milhões de toneladas, e o algodão, com 1,4 milhão de toneladas. A Bahia já é o sétimo produtor de grãos do país, com viés de crescimento a cada ano. Atualmente, a produção de grãos do Estado representa cerca de 5% da safra brasileira, estimada em 313,9 milhões de toneladas.
Os “Ps” do Agro
O município de Luís Eduardo Magalhães (LEM) é um bom exemplo para estudos de caso ou um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) para os acadêmicos de agronomia, sociologia, veterinária, zoologia, técnicos agrícolas e estudantes da área do agronegócio. Lá está a prova de que um polo produtor de grãos começa mesmo com os sete “Ps”: primeiro o Posto de gasolina, onde abastecem e “descansam” muitos caminhoneiros que levam os insumos das lavouras; depois chega o Prostíbulo, com sedutoras cabrochas; em seguida, vem a Pensão; na sequência, a Padaria, a Polícia, o Padre e o Pastor.
Para o ex-prefeito de Luís Eduardo Magalhães, ex-deputado federal e atual Coordenador-Geral de Apoio às Superintendências do Ministério da Agricultura, Oziel Oliveira, a produção da região “vem ocorrendo de maneira exitosa pela parceria entre governo federal, do Estado, do município e os agricultores, que investem cada vez mais em suas terras e delas cuidam para alcançarem produtividades mais altas.” Segundo ele, embora a região oeste do Estado seja considera a uma área de fronteira agrícola, “a safra de grãos vem aumentando não só pelo crescimento da área plantada, mas pelos exponenciais rendimentos das lavouras, resultantes dos sólidos investimentos realizados em infraestrutura e tecnologia.
A Bahia também produz cacau, café, feijão, sorgo, trigo, frutas, mamona, mandioca, sisal, guaraná, amendoim, cana-de-açúçar, leite, além de uma forte pecuária de corte, piscicultura e avicultura. Tudo isso sem falar de sua apimentada culinária, de suas praias deslumbrantes, da sua música e aquele dengo que só o povo baiano tem, mas que soube compartilhar com aqueles que chegam. Os gaúchos, os paranaenses, os catarinenses, os paulistas, entre outros, podem atestar tal acolhimento na 17ª Farm Bahia Farm Show.
É claro que o oeste baiano não teria atingido tal nível de desenvolvimento na agropecuária se não tivesse o esforço e desprendimento de produtores baianos, gaúchos, catarinenses, paranaenses e paulistas, entre outros, que apostaram na região para transformá-la num dos maiores polos agropecuários brasileiros. Aqui, cito dois, Sérgio Pitt e Cícero Teixeira, ao reverenciar todos os demais agricultores pelo trabalho mais que exitosos que fizeram e fazem no oeste da Bahia.
* Jornalista, ex-assessor de imprensa do Ministério da Agricultura e Pecuária, da Conab, da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e baiano de Santa Rita de Cássia
Fonte -Agro em Dia