
Por Marcos Brito
Neste mês não poderia deixar de falar do forró, esse ritmo tão nordestino que esquenta e embala as festas juninas. Um fato curioso é que o dia nacional desse ritmo é comemorado somente no dia 13 de dezembro, mas ganha destaque mesmo neste período do ano.
Originado no século XIX esse estilo ganhou força na década de cinquenta, onde embalava as quadrilhas no nordeste do Brasil. Sempre formandos por trios de forró, sanfona(acordeom), triangulo e zabumba mantinha o ritmo xote, xaxado, pé de serra e arrasta pé, porém na década de noventa o forró ganha novos instrumentos e uma roupagem que dá uma diversificada do estilo, e com essa introdução o mesmo ganha o mercado brasileiro e até a Europa.
Bandas como Mastruz com Leite, Caviar com Rapadura, Mel com terra, entre outras, iniciam uma fase moderna do forró com guitarra, baixo, teclado e bateria e assim surgem outras bandas que seguem esta mesma vertente conquistando o cenário musical brasileiro, mas não demora muito e surge novo estilo dentro do forró que é o forró romântico com versões de musicas internacionais e isso também estoura no pais a fora e chega também ao exterior. A Banda Calcinha preta dar origem a esse movimento que também abre a porta para outras bandas nessa mesma pegada. Nesta década o estilo dominou o mercado saindo do período junino e animando eventos de todos os formatos durante todas as épocas do ano por todo pais e também ganhando destaque na mídia com varias apresentações em diversos programas de TV. De lá pra cá o forro ainda ganhou alguns estilos a exemplo do forro universitário que envolve o pé de serra com uma batida mais eletrônica com uma dança fácil e que atrai a juventude, ainda tem a pegada mais metalizada onde muitas bandas inseriram os metais (sax, trompete e trombone) no estilo dando mas uma nova roupagem ao forró, tendo como pioneira nesse seguimento o Aviões do forró que tem sua pegada diferenciada e marcante.
Nesta década porém o mercado mudou e muitas dessas bandas declinaram e somente neste período ganham destaque e visibilidade. A grande pergunta de muitos amigos é a mesma: o que houve com o forró? Volto a dizer que tudo depende de gestão para manter algo no rumo e no prumo, mas ao contrario disso tivemos uma época que muitas bandas surgiram e com dinheiro que ganharam não souberam investir em si mesmos e acabaram por cair, atrelaram numa mesmice sonora que não agradou muito o contratantes que sempre buscam inovação no mercado.
O que posso dizer é que nosso país tem um mercado gigantesco e cada um deve aproveitar seu espaço e a visibilidade que cada período lhe proporciona para investir em inovação e numa gestão eficiente para manter-se no auge, mas vamos aproveitar esse período pra dançar agarradinho, tomar aquele licor e aguardar as novidades que podem vir por ai.