Moro se reúne com Bolsonaro nesta quinta e deve aceitar convite para assumir o ministério da Justiça
Para especialistas que acompanham o processo político, ocupar o Ministério
da Justiça representa uma espécie de rito de passagem para, futuramente,
ser nomeado para o Supremo / Foto divulgação
O juiz Sérgio Moro chegou antes das 8h, desta quinta-feira (1º/11), ao Rio de Janeiro, para a reunião com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), na casa do militar da reserva, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital. Cotado para o cargo de ministro da Justiça, o juiz responsável pelos principais processos judiciais da Operação Lava-Jato desembarcou diretamente na pista de pouso, de onde partiu para a casa de Bolsonaro em carro da Polícia Federal (PF) e falou apenas com a Rede Globo que o acompanhou na viagem.
De acordo com o site G1, o magistrado disse que a motivação de seu encontro com Bolsonaro se dá em razão do País precisar de uma agenda anticorrupção e contra o crime organizado. “Se houver a possibilidade de uma implementação dessa agenda, convergência de ideias, como isso ser feito, então há uma possibilidade. Mas como disse, é tudo muito prematuro”, disse Moro à reportagem da Globo. Durante o voo, o juiz chegou a dizer que ainda não há nada definido. “Ainda vai haver a conversa”, emendou.
A inclinação do juiz curitibano, diante da escolha de seu nome, foi claramente positiva.Na tarde dessa quarta-feira (31/10), a colunista Sonia Racy, do jornal O Estado de S. Paulo, disse que Moro aceitará o convite de Bolsonaro porque assumirá um ministério da Justiça ampliado. O encontro será com com Jair Bolsonaro e seu vice, o general Hamilton Mourão.
No desenho esboçado pela equipe de Bolsonaro, o novo ministério da Justiça seria mais abrangente e incluiria a área de Segurança Pública – que tem sob seu comando a Polícia Federal -, mais a Secretaria da Transparência e Combate à Corrupção, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Moro desembarca agora de manhã no Rio de Janeiro e retorna no começo da tarde para Curitiba, onde mora.
Para especialistas que acompanham o processo político, ocupar o Ministério da Justiça representa uma espécie de rito de passagem para, futuramente, ser nomeado para o Supremo.
Supremo
Durante o mandato presidencial, Bolsonaro poderá fazer duas indicações ao Supremo. A primeira oportunidade será em novembro de 2020, quando o ministro Celso de Mello, decano da Corte, completa 75 anos e será aposentado compulsoriamente. No ano seguinte, será a vez do ministro Marco Aurélio Mello deixar o STF.
Moro, de 46 anos, procura ser discreto nas atitudes, mas ganhou notoriedade ao comandar, há quatro anos, o julgamento em primeiro instância dos processos relativos à Operação Lava Jato, nos quais foram envolvidos nomes como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro José Dirceu, empresários e parlamentares.
O escândalo relativo aos desdobramentos da Lava-Jato é considerado um dos mais complexos casos de corrupção e lavagem de dinheiro no país. No ano passado, Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão. Foi a primeira condenação de um ex-presidente da República. A decisão foi ampliada em segunda instância, e o ex-presidente agora cumpre pena em Curitiba, desde abril. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
MURAL DO OESTE / Com Correio Braziliense