
O deputado federal baiano João Gualberto (PSDB) reconhece as dificuldades do governo em relação à reforma da Previdência. A legenda tucana aprovou nesta semana uma manifestação oficial de apoio de suas bancadas ao texto. A declaração estabelece uma orientação aos deputados e senadores do partido para que votem a favor da proposta. PMDB, PPS, PTB e PP também apoiarão a proposta que define novas regras para aposentadoria no Brasil. “O governo quer pautar a sociedade com uma reforma que eles sabem que não vão votar. A base do governo fala que tem entre 220 e 250 votos. Se você conversar com qualquer deputado, eles vão falar que não têm votos suficientes. É muito fácil perceber isso. Para barrar a denúncia contra Temer, eles gastaram uma fortuna em recursos da União e cargos. Então, ele queimou todas as gorduras possíveis”, afirmou João Gualberto à Tribuna.A decisão do PSDB em apoiar a Previdência foi tomada na primeira reunião da executiva da sigla e aprovada sem ressalvas. “As únicas pessoas da base do governo que falam comigo é para votar contra. Eles argumentam que houve um desgaste muito grande votando a denúncia contra o presidente e agora querem que paute para votar contra a Previdência, para se saírem bem com o eleitor. Eu não sei como a imprensa está conseguindo ser enrolada pelo governo”, completou o tucano baiano.Gualberto acredita que o PSDB nacional foi coerente em manifestar apoio à Reforma. “O partido não poderia fazer diferente do que fez. O partido tenta fazer a Reforma, só que o partido é coerente. O partido falava antes que era necessária a Reforma e fala hoje. O Lula e a Dilma falavam que era necessária a Reforma e agora dizem que não precisa. A Dilma, quando assumiu o segundo governo, disse que iria fazer a Reforma e agora pensa diferente. O PSDB sabe da responsabilidade com o Brasil, sobre a necessidade de cortar privilégios, e tem dado apoio à Reforma. Não houve fechamento de questão para que os deputados sejam punidos. O PSDB está mais interessado em convencer os deputados do que qualquer outra coisa. Mas a gente sabe que o governo não vai conseguir aprovar o texto”, analisou. Procurado pela Tribuna para se posicionar sobre o texto, o deputado federal Jutahy (PSDB) afirmou que só vai se manifestar quando for votar o texto no Plenário: “A decisão já está tomada. Mas o meu voto só será de conhecimento público no dia da votação”.
Tribuna da Bahia