Criada em junho de 2013, a Universidade Federal do Oeste da Bahia é um marco na história da região.
E o “Mural do Oeste-Entrevista”, na sua missão de levar para os leitores do site parte da história de pessoas que desempenham papel de destaque, busca apresentar a Reitora pro Tempore da UFOB, Professora Iracema Santos Veloso.
Em um bate-papo sereno, a professora Iracema deixa claro posições firmes e foco na implantação da Universidade.
Mural do Oeste – A senhora é natural de que município? pode nos contar um pouco sobre a sua infância?
Iracema Veloso – Eu nasci em Salvador, onde vivi até me mudar para Barreiras. Venho de uma família de professoras. Minha mãe, apesar de não ser formada, sempre priorizou o estudo dos filhos. Acreditava que só poderíamos ser professoras. E foi o que aconteceu.
Mural do Oeste – Como você encara o desafio de ser reitora da UFOB?
Iracema Veloso – Com muita serenidade e responsabilidade. Quando fui indicada pela Reitora Dora Leal, da UFBA, para o cargo de reitora Pro Tempore dessa Universidade, sabia da importância da missão que teria a desenvolver: implantar uma instituição interiorizada que tivesse a cara do povo do oeste baiano. Até agora, conseguimos avançar na infraestrutura, na rede de comunicações e na oferta de cursos de graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão, mas ainda há muito a ser feito.
Mural do Oeste – Pode nos revelar os pontos altos e baixos desse seu tempo a frente da UFOB, momentos complicados e de felicidade?
Iracema Veloso – Em quase cinco anos à frente da instituição (serão completados em julho), foram mais alegrias do que complicações. Uma das maiores emoções que tive foi a de inaugurar os campi nos municípios de Barra, Bom Jesus da Lapa, Luís Eduardo Magalhães e Santa Maria da Vitória. A alegria e a felicidade no rosto de cada pessoa por ter uma universidade ali perto me emocionam até hoje. De complicado, posso dizer que foi logo na minha chegada aqui com uma ocupação dos estudantes, em 2013, que foi resolvida com diálogo e comprometimento.
Mural do Oeste – Há uma identificação com a região? Como é morar em Barreiras?
Iracema Veloso – Sim, desde o início. O Oeste, certamente, é uma das mais encantadoras regiões, com sua mistura de biomas e povos com rica história e futuro promissor. Barreiras é uma cidade acolhedora com quem vem de fora. Pude perceber isso logo que cheguei. As pessoas são cordiais e receptivas, o que facilitou bastante a adaptação à rotina de quem sai de uma capital para o interior.
Mural do Oeste – Quais as maiores dificuldades de atuar em campi do interior?
Iracema Veloso – As dificuldades não diferem muita das de outras universidades localizadas em grandes centros. No nosso caso, uma a mais é a distância da sede para os campi. Para resolver isso, temos investido no uso de tecnologias digitais para agendar reuniões e realizar alguns trabalhos por videoconferência.
Mural do Oeste – Quais são os maiores problemas no dia-a-dia de uma universidade?
Iracema Veloso – Eu não diria problemas, mas desafios que precisamos enfrentar. O primeiro deles é assegurar que os estudantes da Região venham estudar conosco. Para isso, implementamos em 2016 uma política de inclusão regional que reserva vagas para os que tenham estudado todo ensino médio em escolas, públicas ou particulares, de 80 municípios distantes até 150 km de qualquer um dos campi. O segundo é garantir a permanência de quem entra, com uma assistência estudantil forte – com disponibilização de serviços de saúde, acompanhamento pedagógico e fornecimento de auxílios para os que mais precisem – e ações de ações afirmativas que incluam todos e permitam cultivar um ambiente cada vez mais plural em nossa Universidade. Há ainda a implantação da infraestrutura dos campi, investimento em pesquisa, melhoria dos serviços de telecomunicações e ampliação do quadro de servidores que ajudam a construir a UFOB.
Mural do Oeste – Na sua opinião, qual é a relação que a academia deve desenvolver com a comunidade?
Iracema Veloso – Uma relação de proximidade e troca. A Universidade pública e gratuita é um patrimônio de nossa sociedade, que deve ser preservado e valorizado. Educação superior de qualidade e excelência é uma bandeira que deve ser de todos nós, independentemente da comunidade a que pertencemos.
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