
Por Maglon Ribeiro
Especialista em Gestão e Planejamento Governamental
Um município sem plano é como uma embarcação sem rumo. Não sabe onde está nem para onde vai. É o que podemos chamar de gestão por “susto” ou por “surto”. Só quando uma “emergência” ou “urgência “ surge, quando um problema assume o caráter de crise que a equipe de governo corre atrás da solução, que na maioria das vezes é improvisada e parcial. É o modelo definido como “bombeiro”, atua no apagar de incêndios. Ou seja, não há uma previsão de ações de médio e longo prazo, não há diretrizes para o enfrentamento dos problemas ou surpresas.
Poucos prefeitos, ao final deste primeiro ano de governo, têm sobre sua mesa os projetos que serão executados em 2018.isto porque, a maioria, não reserva tempo para o planejamento, ou seja, definir com o seu secretariado, o que realmente é possível se fazer com base no orçamento previsto para 2018, bem como diante das circunstancia da política nacional, que muito tem afetado os municípios. Fica então o secretário, vislumbrando diante da dotação orçamentária da sua pasta, os reais, sem se dá conta que a folha de pagamento absorve uma boa parte, as despesas de manutenção outra, e assim só lhe resta esperar pelo remanejamento de verbas do orçamento, para que se possa investir na realização de alguma ação da política pública do qual é responsável no município. Claro que ficam fora a educação, saúde e assistência social, que são tocadores de programas federativos, através de repasses constitucionais.
Na sociedade atual, cada vez mais exigente por resultados efetivos, a municipalidade pela complexidade de atividades, tarefas, milhares de pessoas e recursos envolvidos, não mais se pode conduzir a gestão de um município, por menor que seja, ao tom do improviso.
O gestor deve conduzir as políticas públicas do município, dando direcionamento das mesmas, por meio de planos setoriais, com base na sua visão de governo, sustentada no programa e compromissos de campanha, o seu PLANO GLOBAL. Afinal foi a sua proposta governamental que o fez vencedor.
Diante dessa perspectiva, pela insistente falta de planejamento, podemos vislumbrar até onde chegará o governo: se ele se candidata ao sucesso ou se poderá inserir entre as muitas gestões que tem se arrastado pelo pais, apenas cumprindo rotina, administrando folha de pagamento, atendendo emergências, executando orçamento deficitários, acumulando desgastes e frustrando expectativas.