Texto de Autoria de Jadson Bolivar Oliveira de Carneiro e Silva, um dos proprietários da área
Mais uma vez, a região Oeste da Bahia é palco de grilagem de terra, envolvendo grupos especializados nesta prática criminosa. Desta vez, o Município de Barreiras vivenciou no último dia 18/09/2018, a invasão de uma Fazenda devidamente documentada, certificada no INCRA e cercada, com proprietários há mais de 50 (cinquenta) anos na posse, trata-se da Fazenda Riqueza, localizada no assentamento da Serra do Mimo, nas proximidades do Parque Santo Cristo, importante Empreendimento religioso, edificado pela Igreja Católica, pela Sociedade Organizada e com a participação do Governo do Estado da Bahia.
A pessoa de nome José Edvaldo Gregorutti, de posse de uma Escritura Pública questionável do ponto de vista material e ideológico, com falsificações de documentos, lavratura de Escritura Pública no Cartório de Registro de Imovéis do 1° Ofício da Comarca Almas – TO, de um imóvel rural denominada de Fazenda Malhada, registrada no cartório de 1° Ofício de Registro Civil, desta comarca de Barreiras, matricula n° 22538, supostamente medindo 5.030,4885ha, figurando como vendedor Paulo Roberto Lavrille de Carvalho, tentou apossa-se de 5.200ha (cinco mil e duzentas hectares), no assentamento Serra do Mimo, diz este senhor ser proprietário e possuidor desta imensa extensão de terras, tendo inclusive buscado a certificação junto ao INCRA, essa invasão atinge inúmeras propriedades de pequenos agricultores que vivem nestas glebas há mais de 50 anos, a exemplo de dona Eudes Oliveira Silva, esposa do falecido JOSE CARNEIRO DA SILVA (Carneirinho).
É importante esclarecer que em 25 de Agosto de 2016, a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia, juntamente com o Ministério Público, deflagraram uma operação denominada Oeste Legal, tentando coibir a grilagem de terra na região Oeste. Nossa Região também foi palco de uma operação neste sentido, denominada Terra do Nunca, naquela oportunidade foram presas dezenas de pessoas, incluindo servidores públicos envolvidas em falsidades de documentos públicos, visando ”grilagem de terra”, fato comum e corriqueiro ainda presente na região, tudo isso ainda existe em razão das terras altas do cerrado baiano serem valorizadas e próprias para cultivo de grãos, tipo soja, milho e algodão, localizadas numa microrregião denominadas MATOPIBA.
As famílias vítimas deste crime brutal esbulho possessório, são na sua maioria pessoas simples, humildes, de pouco conhecimento, que vivem nesta propriedade há quase um século. Quanto aos invasores, são forasteiros, migrantes de diversas regiões que trazem em sua bagagem o manual de como apossar-se indevidamente de grandes áreas produtivas e valorizadas de terra, neste caso utilizando de tratores de esteira, motosserra, pistoleiros armados, invadiram as propriedades, expulsando os moradores com grave e violenta ameaça, cometendo crimes ambientais.
Neste caso, o invasor José Edivaldo Gregorutti, é migrante da região sul do país, membro de conhecida família nesta cidade, quanto à vítima, Eudes Oliveira Silva, é matriarca de uma família tradicional desta cidade, tendo como esposo o saudoso Carneirinho, que são pessoas integras, honradas que tiveram seus nomes envolvidos em qualquer peleja possessória, as demais vítimas de igual forma são pessoas do bem, conhecidas em Barreiras e na região invadida, tendo inclusive organizado em Associação nominada de Associação de Produtores Rurais da Mantiqueira, que são também possuidores de pequenas áreas de terra na localidade do conflito, o que buscam todas as vítimas é a atenção das autoridades, a sociedade barreirense, o Bispo Diocesano de Barreiras, da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, do Ministério Público e especialmente do Poder Judiciário Baiano, que tem em suas mãos diversos processos movidos pelas vítimas em face dos invasores, tentando proteger seu patrimônio.
Acreditamos que proteção á vida encontra-se de primeira ordem, a proteção ao patrimônio também é um direito tutelado, queremos que justiça seja feita que a máxima urgência no sentido de proteger as nossas vidas e as nossas terras, pois é dela que retiramos o nosso sustento.
Aguardamos posicionamento dos citados no texto.