O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) disse, em entrevista nesta sexta-feira 28, que não aceitará resultado das eleições diferente de sua vitória. A declaração foi dada após o jornalista José Luis Datena, da Band, perguntá-lo qual seria a reação das instituições militares em caso de vitória do candidato do PT, Fernando Haddad. “Sobre as instituições militares aceitarem o resultado, eu não posso falar pelos comandantes militares. Eu, pelo que eu vejo nas ruas, eu não aceito resultado das eleições diferente da minha eleição. Isso é um ponto de vista fechado”, disse o presidenciável em seu quarto Hospital Israelita Albert Einstein – Bolsonaro receber alta neste fim de semana. Questionado se esta opinião não seria antidemocrática, Bolsonaro negou e criticou os métodos utilizados nas eleições brasileiras. “É um sistema eleitoral que não existe em nenhum outro lugar do mundo. Eu apresentei um antídoto pra isso, mas a senhora Raquel Dodge (procuradora-geral da República) questionou o argumento”, disse. O presidenciável também comentou as falas do general Hamilton Mourão, o vice de sua chapa, que criticou o 13.º salário em uma palestra. Bolsonaro disse que já havia advertido para que Mourão evitasse falar em público para evitar “dor de cabeça”, mas que na terceira chamada teve que subir o tom. “Na terceira vez, falei: com todo respeito general, daqui pra frente, até as eleições, o senhor não fala mais nada”, disse. Bolsonaro afirmou também que faltou “malícia” de Mourão no trato com a imprensa. “Um vice geralmente não apita nada, mas atrapalha muito”, acrescentou. Ele disse também que, por recomendações médicas, não poderá sair de casa até o próximo dia 10, mas que vai aproveitar o momento para “estar mais ativo nas redes sociais”. Ele disse estar, numa escala de 0 a 10, com o estado de saúde número 8. “Estou me sentindo bem, com gás”. Depois deste prazo, Bolsonaro disse que não pretende ficar exposto ao público, não para evitar uma segunda agressão, mas com medo, por exemplo, “de um abraço de um fã”.
Estadão Conteúdo