Aconteceu no último dia 11 de Abril na Câmara de Vereadores de Barreiras a votação do Projeto de Lei que visa proibir a venda da substância tóxica mais conhecida como “chumbinho” ou “raticida” no comércio da cidade. É válido ressaltar que a venda desse produto já é proibida pela Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) desde 2012 , no entanto, o mesmo continua sendo COMERCIALIZADO ILEGALMENTE.
Essa prática tem ocorrido devido a ineficiência dos órgãos de fiscalização sanitária, uma vez que é notável a não atuação desse serviço de modo a coibir e punir de fato a clandestinidade em torno do “chumbinho”.
Esse Projeto de Lei foi autoria do vereador João Felipe, que ao acompanhar o trabalho realizado pela Comissão de Prevenção ao Suicídio de Barreiras, bem como por atuar frente as demandas da juventude local e notar o alto número de jovens que buscam finalizar a própria vida devido a uma série de problemáticas biopsicossociais, idealizou o fortalecimento da lei que proíbe a clandestinidade do produto com mais veemência. O vereador reconhece que o sucídio é um problema de saúde pública e apoia as ações desenvolvidas pela Comissão, a qual tem trabalhado assiduamente junto a população no sentido de alertar quanto ao alto índice de suicídios no município e região, sendo um dos mecanismos mais utilizados pelos indivíduos justamente o envenenamento pela referida substancia tôxica já mencionada.
Portanto, destacar a necessidade de proibir a comercialização da substância em questão é um ato de valorização da vida. É reconhecer que o poder público precisa atuar frente a essa problemática social de modo mais enfático e punir seriente quem utiliza da fraqueza emocional do outro para lucrar.
Diante desse cenário, a Comissão se fez presente na Câmara de Vereadores para acompanhar a votação do referido projeto, no entanto saiu daquela casa legislativa envergonhada, com a sensação de desamparo e de certeza de que boa parte dos senhores vereadores que ali representam a população, pouco se importam com as demandas sociais.
Ficou evidente que “desavenças” políticas interferem significativamente no resultado de zelar pelo bem estar da população.
O projeto não foi aprovado, pois boa parte dos vereadores votaram contra, utilizando de justificativas irrelevantes e demonstrando o pouco interesse em reforçar as ações que dificultam a possibilidade de suicídios no município. Talvez, o chumbinho não chegou a casa de nenhum deles e a infeliz realidade de um suicida não seja considerado como problema de saúde pública para aqueles senhores. Os membros da comissão de prevenção ao suicídio espera que essa triste demanda social realmente não chegue ao lar de nenhum deles, mas que chegue algum dia a sensibilização e coerência necessária para quem ocupa o referido cargo.
Assim, a Comissão de Prevenção ao Suicídio de Barreiras, idealizada por dr. Francisco Honorato e composta por psicólogas e profissionais de diversas áreas repudiam a decisão da Câmara de Vereadores e reforça que a não aprovação do projeto de lei, infelizmente promove o descaso com a saúde mental e também um alerta de que ceifar a própria vida não é um problema de ordem pública. Descaso define esse lamentável momento que vive o município de Barreiras frente aqueles que a representam.
Assim, cabe a comissão apenas veicular a seguinte campanha por cunho próprio e sem o apoio legislativo: Não comercialize o chumbinho. Denuncie. Diga não a clandestinidade e evite que vidas sejam ceifadas. Diga sim a vida.
Por: Comissão de Prevenção ao Suicídio de Barreiras